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Vida após a morte
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Vida após a morte - , 
3/19/2021 3:31:20 PM | Por Robert Graves
Os deuses do mundo subterrâneo

Quando as almas descem ao Tártaro, cuja entrada principal se encontra num bosque de álamos negros ao lado do caudal do Oceano, os familiares pie­dosos colocam uma moeda debaixo da língua de seus respectivos cadáveres, para que elas possam pagar ao barqueiro Caronte, o avaro que as transporta em seu estranho barco através do rio Estige. Esse odioso rio faz fronteira com o Tártaro pelo lado ocidental e tem como tributários Aqueronte, Flegetonte, Cocito, Aornis e Lete. As almas sem moeda são obrigadas a esperar eternamente numa margem próxima, a menos que consigam escapar de Hermes, seu condutor, e rastejar por uma entrada posterior como a do Tênaro lacônio, ou a do Aornis tespiense. Um cão de três cabeças - ou de cinqüenta, segundo alguns - chamado Cérbero guarda a outra margem do Estige, disposto a devorar intrusos vivos ou almas fugitivas.

A primeira região do Tártaro contém os desolados Campos de Asfódelos, onde as almas dos heróis permanecem, sem propósito algum, entre as multidões de mortos menos distintos que se agitam como morcegos, e onde apenas Orion ainda tem ânimo para caçar cervos fantasmagóricos. Todos eles prefeririam viver como escravos de um camponês sem terra a governar todo o Tártaro. Seu único deleite são as libações de sangue que lhes proporcionam os vivos, e, quan­do bebem, voltam a se sentir quase humanos outra vez. Mas para além dessas paragens fica Érebo e o palácio de Hades e Perséfone. A esquerda do palácio, à medida que alguém se aproxima, um cipreste branco sombreia o remanso de Lete (“Esquecimento”), onde multidões de almas comuns buscam o que beber.

As almas iniciadas evitam essas águas, preferindo beber do remanso da Memória (Mnemósine), sombreado por um alámo branco, o que lhes dá certa vantagem [144] em relação às iniciantes. Perto dali, as almas recém-chegadas são julgadas diariamente por Minos, Radamanto e Éaco no ponto de confluência de três estradas. Radamanto julga os asiáticos, e Éaco se encarrega dos europeus, mas ambos submetem os casos difíceis a Minos. À medida que se emite o veredicto, as almas se dirigem a um dos três caminhos: o que as conduz de volta aos Cam­pos de Asfódelos, se não forem virtuosas nem más; o que as conduz aos campos de punição do Tártaro, se forem más; e o que as leva aos pomares do Elísio, se forem virtuosas.

O Elísio, governado por Cronos, encontra-se perto dos domínios de Hades, apesar de não fazer parte deles e sua entrada ficar perto do remanso da Memória. É uma terra feliz onde o dia é eterno, sem frio nem neve, onde jogos, música e festas nunca terminam e seus habitantes podem decidir renascer na ter­ra sempre que bem entenderem. Perto dali estão as ilhas dos Bem-aventurados, reservadas àqueles que encarnaram três vezes e três vezes mereceram o Elísio. Mas há quem diga que existe ainda uma outra ilha dos Bem-aventurados cha­mada Leuce, no mar Negro, diante da foz do Danúbio, cheia de bosques e de animais selvagens e domésticos, onde as almas de Helena e de Aquiles realizam festins e recitam versos de Homero aos heróis que participaram dos famosos acontecimentos por ele relatados.

Hades, feroz e cioso de seus direitos, jamais visita a atmosfera superior, exceto em caso de negócios ou quando é tomado por um arrebatamento súbito de luxúria. Certa vez ele fascinou a ninfa Menthe com o esplendor de sua carruagem de ouro com quatro cavalos negros, e a teria seduzido sem nenhuma dificuldade se a rainha Perséfone não tivesse aparecido bem na hora e transformado Menthe em uma perfumada planta de menta. Noutra ocasião, Hades tentou violar uma ninfa que foi igualmente metamorfoseada e é o álamo-branco que se ergue junto ao remanso da Memória. De bom grado ele jamais permitiria que nenhum de seus súditos escapasse, e são poucos os que visitam o Tártaro e conseguem voltar para descrevê-lo, o que o faz ser o mais odiado de todos os deuses. Hades nunca sabe o que ocorre no mundo superior, ou no Olimpo, salvo algumas informações fragmentadas que lhe chegam quando os mortais golpeam a terra com as mãos e o invocam com juras e maldições. [145] Sua mais preciosa possessão é o elmo que o torna invisível, presenteado como símbolo de gratidão pelos ciclopes, quando ele aceitou libertá-los por ordem de Zeus. Todas as rique­zas relativas a gemas e metais preciosos escondidos no subsolo lhe pertencem, mas ele não possui propriedades no mundo superior, a não ser alguns templos tétricos na Grécia e possivelmente um rebanho de gado bovino na ilha de Eritéia, que, segundo alguns, pertence na verdade a Hélio.

Entretanto, a rainha Perséfone pode ser benigna e misericordiosa. É fiel a Hades, mas não lhe deu filhos e prefere a companhia de Hécate, deusa das bru­xas, à dele. O próprio Zeus tem um respeito tão grande por Hécate que nunca a priva do antigo poder que ela sempre desfrutou: o de conceder ou negar aos mortais qualquer dom que desejem. Ela tem três corpos e três cabeças — de leão, de cachorro e de égua.

Tisífone, Alecto e Megera, as Erínias ou Fúrias, vivem no Erebo e são mais velhas que Zeus ou qualquer outra divindade do Olimpo. Sua tarefa consiste em escutar as queixas dos mortais contra a insolência dos jovens com os anciãos, dos filhos com os pais, dos anfitriões com seus hóspedes e dos amos ou assembléias com os requerentes, e em castigar esses delitos acossando im­placavelmente os culpados, sem descanso ou trégua, de cidade em cidade e de país em país. Essas Erínias são velhas, têm serpentes em vez de cabelos, cabeças de cachorro, corpos negros como carvão, asas de morcego e olhos injetados em sangue. Trazem nas mãos açoites arrematados com cravos metálicos, e suas vítimas morrem devido ao tormento. E uma imprudência mencionar o nome delas numa conversa, portanto são geralmente chamadas de Eumênides, que significa “as Amáveis” — do mesmo modo como Hades é chamado de Plutão ou Pluto, “o Rico”.

Os mitógrafos tiveram de fazer um esforço considerável para reconciliar as visões contraditórias do mundo do além sustentadas pelos primitivos habitantes [146] da Grécia. Uma delas era que as almas viviam em suas tumbas, ou em cavernas ou grutas subterrâneas, de onde podiam tomar a forma de serpentes, camun­dongos ou morcegos, mas nunca reencarnar como seres humanos. Outra visão era que as almas dos reis sagrados podiam ser vistas caminhando sobre as ilhas sepulcrais em que seus corpos haviam sido enterrados. Uma terceira dizia que as unas podiam voltar a se converter em seres humanos, se conseguissem entrar no feijão, nas nozes ou nos peixes e fossem comidas por suas futuras mães. Uma quarta dizia que iam para o extremo norte, onde nunca brilha o sol, e voltavam, se tanto, apenas como ventos fertilizantes. Uma quinta afirmava que o destino das almas era o extremo ocidente, onde o sol se põe no oceano e existe um mun­do espiritual muito parecido com o nosso. Na sexta versão consta que as almas recebiam a punição conforme a vida que haviam levado na terra. A isso os órficos finalmente acrescentaram a teoria da metempsicose, ou seja, a transmigração das almas: um processo que poderia ser, até certo ponto, controlado mediante o uso de fórmulas mágicas.

Perséfone e Hécate representavam a esperança pré-helênica de regene­ração, ao passo que Hades era o conceito helênico da inevitabilidade da morte. Apesar de seus antecedentes sanguinários, Cronos continuou desfrutando dos prazeres do Elísio, já que esse havia sido sempre o privilégio do rei sagrado. A Menelau (Odisséia IV. 561) prometeu-se a mesma regalia, não por ter sido especiaimente virtuoso ou valente, mas por ter-se casado com Helena, a sacerdotisa da deusa-Lua espartana. O adjetivo homérico asphodelos, aplicado apenas a leimönes (“pradarias”), significa provavelmente “no vale do que não se reduz a cinzas” (de a =não, spodos =cinza, elos =vale) - ou seja, a alma do herói depois de seu corpo ter sido incinerado. Exceto na Arcádia, onde se comiam frutos do carvalho, as raízes e as sementes de asfódelo que se ofereciam a essas amas constituíam a dieta básica grega antes da introdução do cereal. Os asfódenos crescem livremente mesmo em ilhas sem água, e as almas, como os deuses, eram conservadoras no que se refere a dieta. Parece que Elísio significa “terra das macãs” —alisier é uma palavra pré-gálica para “sorva” —, assim como a palavra “Avalon” e a latina “Avernus”, ou “Avolnus”, ambas formadas a partir da raiz indo-européia abol, significam maçã.

Cérbero era o equivalente grego de Anúbis, o filho com cabeça de cão da deus líbia da morte Néftis, encarregado de conduzir as almas ao mundo subterrâneo. No folclore europeu, que tem origem parcialmente líbia, as almas dos malditos eram perseguidas até o Inferno Setentrional por uma matilha de cães estridentes —os sabujos de Annwm, Herne, Artur ou Gabriel —, um mito decifrado da ruidosa migração estival dos gansos selvagens para seus lugares de peregrinação no Círculo Polar Ártico. Cérbero tinha, no início, cinqüenta cabeças, [147] como a matilha espectral que destruiu Actéon, mas depois ficou com três, como sua amante Hécate.

O Estige (“odiado”), um pequeno rio na Arcádia cujas águas supostamen­te eram venenosas, foi situado no Tártaro somente por mitógrafos posteriores. Aqueronte (“rio de dor”) e Cocito (“lamento”) são nomes imaginativos para des­crever as misérias da morte. Aornis (“sem pássaros”) é uma tradução grega equi­vocada do itálico “Avernus”. Lete significa “esquecimento”, e Érebo, “coberto”. Flegetonte (“ardente”) refere-se ao costume da cremação, mas também, talvez, à teoria de que os pecadores eram queimados em rios de lava. O Tártaro parece ser uma reduplicação da palavra pré-helênica tar, que compõe os nomes de lugares situados a oeste. O sentido de inferno surgiu mais tarde.

Os álamos negros eram consagrados à deusa da morte, e os álamos brancos, ou choupos, a Perséfone, como deusa da regeneração, ou a Hércules, por haver rastelado o inferno. Em sepulturas mesopotâmicas do quarto milênio a.e.c. foram encontrados diademas de ouro em forma de folhas de álamo. As tabuletas órficas não mencionam o nome da árvore que se alçava junto ao remanso da Memória, embora se tratasse provavelmente do álamo-branco em que se transformou Leuce, ou quiçá uma nogueira, símbolo da sabedoria. A madeira do cipreste branco, considerada de grande resistência, era utilizada para fazer arcas domésticas e ataúdes.

Hades tinha um templo aos pés do monte Mente, na Élida, e o fato de ter violado Menthe (“menta”) foi certamente deduzido a partir do emprego da menta nos ritos funerários, junto com o alecrim e o mirto, para eliminar o odor da decomposição. A água de cevada de Deméter, que se tomava em Elêusis, era aromatizada com menta. Embora controlasse o gado solar de Eritéia (“terra vermelha”) porque era ali que o sol morria toda noite, Hades e mais freqüentemente chamado de Cronos ou, neste contexto, de Gerião.

O relato de Hesíodo sobre Hécate demonstra que ela havia sido a deusa tripla original, suprema no céu, na terra e no Tártaro, mas os helenos enfatizaram seus poderes destrutivos em detrimento de sua força criadora, até que finalmente ela passou a ser invocada apenas nos rituais clandestinos de magia negra, espe­cialmente em lugares onde se cruzavam três caminhos. O fato de Zeus não lhe ter negado o antigo dom de outorgar a cada mortal o que desejasse é um tributo às bruxas da Tessália, temidas por todos. Suas cabeças de leão, de cachorro e de cavalo referem-se evidentemente ao antigo ano tripartite, sendo o cachorro a estrela-cão Sírio, bem como às cabeças de Cérbero.

As Erínias, companheiras de Hécate, personificavam os remorsos depois da transgressão de um tabu - primeiro apenas o tabu do insulto, [148] da desobediên­cia ou da violência para com a mãe. Requerentes e hóspe­des encontravam-se sob a proteção de Héstia, deusa do lar, e tratá-los mal equivalia a cometer um insulto contra a deusa.

Leuce, a maior ilha do mar Negro, embora muito pequena, é atualmente uma colônia penal romena. [149]

Mitologia - Mitologia Grega
Vida após a morte - , 
2/13/2021 2:25:37 PM | Por A. S. Franchini
A eternidade da alma Asteca

Como os astecas concebiam o surgimento da vida? E o destino do homem após a morte? Existem várias interpretações, segundo a escatologia asteca. Para Alfredo López Austin, a geografia do mundo asteca está dividida em três planos - subterrâneo, terreno e celestial -, todos ligados pela árvore cósmica de Tamoanchán, chamada Xochtlicacín (De Onde Brotam as Flores). O plano subterrâneo, onde estão fincadas as raízes da árvore, se chama Chicnauhmictlín (O Nono Lugar do Inframundo). O plano terrestre, ocupado pelo tronco da árvore, se chama, por sua vez, Tlalticpac (A Superfície da Terra), e se compõe de quatro planos. E, finalmente, onde estão esparramados os galhos mais altos, situa-se o Chicnauhtopin (Os Nove Lugares Celestiais).

No começo dos tempos, por dentro do tronco, fluíam as energias do céu e do inframundo, enroscadas, mas não misturadas. Com o pecado dos deuses, entretanto, rompeu-se o tronco e as duas seivas, superior e inferior ou "quente e fria”, segundo a terminologia mítica -, misturaram-se, dando origem ao caos mortífero da vida terrena.

Mas de onde se origina a vida do homem?

Seu ponto de partida se dá sob a forma simbólica de uma “semente” (ochlachtli) originária do nível mais inferior do inframundo. Essa semente - às vezes chamada de “coração” -, desprovida de qualquer pecado ou impureza, é colocada no Tlalocan, o paraíso do deus Tlaloc, onde aguarda o chamado da vida. Quando as duas forças, superior e inferior, se conjugam na semente, ela é trazida, então, à vida no Tlalticpac terreno, onde nasce sob a forma de uma criança.

Ao ingressar na Terra, contudo, a criança é envolvida pelas energias inferiores do inframundo, tais como a morte, o sexo e o pecado, o que a obriga a ser submetida, logo após o nascimento, a um ritual de purificação, semelhante ao do batismo cristão. Com o passar dos anos, dependendo da pessoa e dos seus esforços, pode acontecer de ela conseguir eliminar quase que totalmente estas “forças frias”, a ponto de se tornar algo semelhante a um iogue ou um santo cristão. (Esse processo de aquisição de forças divinas, adverte López Austin, ocasiona a perda da sexualidade, o que representa um bem, já que o sexo é visto no esoterismo asteca como um dos elos da cadeia nefasta que conduz à degeneração e à morte.)

Finalmente, quando o homem morre, o seu “coração” ou “semente” é recambiado de volta para o nível mais profundo do inframundo, sofrendo no caminho um demorado processo de "eliminação das impurezas”. (Esse processo estaria retratado na árdua viagem de quatro anos que os “mortos comuns” devem empreender antes de alcançar o último nível do inframundo).

Mas, e depois dessa purificação, o que acontece ao morto?

Na hipótese mais conhecida, o morto simplesmente desaparece após uma estadia de quatro anos no último nível do Mictlán. (O que não deixa de ser um contrassenso: se o destino é desaparecer para sempre, para que esta “prorrogação” da vida, trabalhosa e absolutamente inútil?)

Numa segunda hipótese, quase tão aflitiva quanto a primeira, o morto, transformado novamente em semente “limpa" e completamente despersonalizada, fica pronto para retornar ao Tlalticpac (a Terra), numa espécie de "reencarnação asteca”. (Matos Moctezuma compara a descida aos nove níveis do inframundo como uma gestação às avessas, na qual o morto retrocede à condição de semente, estando pronto para recomeçar o ciclo de uma nova vida terrena.) López Austin acrescenta que um dos termos aplicados ao inframundo -Ximoayan -, que deriva do verbo “polir”, pode ser uma indicação de que o inframundo é o local onde se procede à “purificação” da semente para uma posterior reutilização.

Finalmente, numa terceira e última hipótese, o morto deve executar algum tipo de trabalho retributivo no Além, celestial ou subterrâneo - conforme tenham predominado em seu coração as energias do “alto” ou de “baixo” antes de ir gozar (presume-se que para sempre) das delícias da Árvore Celestial.

Mitologia - Mitologia Asteca
Texto - , 
1/23/2021 5:28:45 PM | Por Simon Roberts
Mitos de criação e conselhos práticos finlandeses

Para além de contar as muitas aventuras de Vãinãmõinen,  llmarinen e Lemminkainen, o Kalevala descreve em pormenor as origens de várias coisas como o ferro
e o fogo, entre outras. Estes «mitos das origens» são como que encantamentos que conferem poderes místicos a quem os recita. O Kalevala também fornece conselhos práticos para leitores e ouvintes. Um capítulo inteiro (Runa) do Kalev é dedicado a conselhos às noivas. Escutai, oh donzela, o que vos conto, O que digo e o que vos conto,
Não deveis ir sem a roupa,
Nem sem camisa para a diversão, Nem andar sem roupa interior, E sem os sapatos a arrastar os pés,
Pois em choque ficará o noivo,
e o jovem marido de nariz torcido.
TRADUÇÃO LIVRE DA VERSÃO INGLESA DE W.F.KIRBY (1907)

Xamanismo e cultos ancestrais

Os Finlandeses da antigüidade acreditavam em um mundo tripartido. Em cima estavam os céus, onde viviam
os deuses, enquanto os vivos habitavam uma ilha rodeada por um grande rio. Do outro lado do rio, encontrava-se o reino da morte, Tuonela.

A unidade familiar era considerada como incluindo os membros vivos e os que tinham atravessado o rio pai o reino da morte. Os mortos não se libertavam dos seus deveres individuais ou familiares; o falecido continuava a fazer parte das vidas dos descendentes sob várias formas. Por outro lado, aos vivos era exigida a observância rigor dos rituais antigos e a continuação do trabalho dos ante passados. Esta prática estava profundamente enraizada na noção de vida familiar nos antigos Finlandeses.

Se os ritos de passagem para o Tuonela não eram devidamente cumpridos, o morto poderia tornar-se nurr alma penada, a que chamavam sijattomat sielut, que assombrava a casa de futuras gerações da família,
em vez de se integrar na unidade familiar alargada.

O Reino dos Mortos

Na mitologia finlandesa, o reino
dos mortos não é considerado como
um lugar de punição. Embora seja mais escuro que os outros reinos, o Sol brilha
e as plantas crescem. É governado pelo
rei Tuoni e pela sua mulher, Tuonetar.
As duas filhas são visões terríveis e causam toda a espécie de doenças e mal-estares.

Os antigos Finlandeses acreditavam
que era possível viajar até Tuonela, se bem
que a tentativa fosse como que uma morte
horrorosa, que, se não ocorresse na floresta densa e escura, a caminho, então ocorreria quase seguramente às mãos
dos habitantes do reino dos mortos. Lemminkainen,
um jovem, viajou até às margens do rio negro que rodeia
o reino dos mortos, quando ia em perseguição de um cisne maravilhoso; entrou no rio e ficou aos pedaços. Foi um trabalhão para a mãe, que teve de usar todas as suas habilidades mágicas para voltar a tê-lo inteiro.

Vãinãmõinen foi o único que pôde visitar o reino dos mortos e voltar vivo para contar a história.

Tinha viajado para Tuonela em busca de um encantamento que o ajudasse
a acabar o seu barco de cobre. Foi-lhe oferecida uma infusão de sapos e vermes, por Tuonetar, que lhe disse que ele jamais seria autorizado a partir. Mas, nessa noite, transformou-se em uma espécie de serpente e fugiu.

Os Xamãs

Uma família podia contatar com os antepassados do reino dos mortos através de um xamã que os convocava batendo no seu tambor mágico. Um xamã podia também comer certas espécies de cogumelos para ficar em um estado de transe necessário à comunicação com o morto.

Os sucessivos vizinhos e ocupantes da Finlândia olhavam para os xamãs com suspeição e medo. Na Idade Média,
os reis da Noruega proibiram os seus súbditos de viajarem para a Finlândia, para contatarem os xamãs. Nos séculos
XVI e XVII as autoridades suecas tentaram retirar-lhes as suas capacidades confiscando-lhes os tambores (quodbas).

Animismo

Há que ter algum cuidado quando se usa o Kalevala como um meio para averiguar as crenças dos antigos Finlandeses. Embora os cantares sejam
de origem primitiva, foram colecionados no século XIX
e ostentam algumas influências externas.

As análises feitas ao Kalevala
a respeito do lugar dos deuses finlandeses
em relação aos xamãs têm causado grandes discussões. Um comentador diz: «Os mortos eram os guardiães
da moral, os juizes dos costumes e eram eles
que mantinham a ordem na sociedade. Neste aspecto, nem mesmo o deus de regiões superiores podia competir com eles.» The New Larousse Encyclopaedía of Mythology (Hamlyn: Londres, 1968) refere que «xamamismo...
só dificilmente é compatível com a idéia de deuses que na sua essência sejam superiores à humanidade, visto que o xamã é capaz de dominar tudo com as suas palavras mágicas.»

É hoje geralmente aceito que os deuses do Kalevala são demasiado nebulosos para terem constituído a base de uma «religião» e é talvez mais correto sugerir que as crenças dos antigos Finlandeses residia algures entre a adoração da natureza e as divindades que habitam os fenômenos naturais.

Um Mundo Vivo

Os antigos Finlandeses acreditavam que todos os objetos tinham uma «essência», ou alma, a que davam o nome de haltijat. Esta essência não era como a alma cristã,
que vive para lá da morte daquele que a abriga; a haltijat é inalienável da sua forma física e morre juntamente
com o objeto em que habita.

Os Finlandeses consideravam que mesmo
os objetos inanimados tinham uma espécie
de vida. Existiam os espíritos da casa e do quintal, da arrecadação, dos cereais e do curral. Desde que estes espíritos fossem tratados com
a reverência adequada e não fossem «mortos», olhariam pelas atividades das pessoas que viviam e trabalhavam nestas construções. Até mesmo quando tiravam água de um poço, deveriam sempre devolver-lhe umas gotas em uma deferência para com o espírito do poço.

Uma Ligação Entre Oponentes

Acreditava-se que as almas dos animais viveriam enquanto os ossos dos animais existissem. O Kaleva descreve uma intrigante «festa de ursos.» Após
o urso ter sido morto e comido, os seus ossos
eram colocados em um túmulo com vários objetos.
O urso morto era então tratado como um amigo
e pedia-se-lhe que contasse aos outros ursos
as honras que os humanos lhe tinham prestado.
E até mesmo já no século XVII foi descrito um ritual semelhante com algum desdém pelo bispo luterano Isak Rothovius: «Quando matavam um urso faziam  uma festa, bebiam através do crânio do urso
e imitavam os seus rugidos para assegurar caça suficiente no futuro».

Os deuses finlandeses

O mito da criação no Kalevala descreve como Luonnotar, uma virgem, se fartou da sua vida estéril e solitária nos céus e se permitiu cair
do plano celestial para o vazio. Ficou aí a pairar durante sete séculos até um anjo aparecer, construir um ninho nos joelhos e incubar os seus
ovos. Finalmente, estes caíram dos joelhos
E Luonnotar - a gema transformou-se no Sol,
As claras em Lua e os fragmentos das cascas em estrelas.

Os heróis de Kalevala, incluindo o filho de Luonnotar, váinãmõinen, foram encarregados de cultivar as terras selvagens que ela criou.

A mitologia da Finlândia não estabelece uma hierarquia pormenorizada dos deuses, embora algumas invocações refiram Ukko como o chefe do panteão. Ele é por vezes descrito como «o deus do céu e do ar» e outras vezes, mais estritamente, como o deus do raio. De fato, deu o seu nome à palavra finlandesa para raio, ukkonen. Parece ser também responsável por todos os fenômenos naturais que emanam dos céus: nuvens, chuva, neve, granizo. A mulher dele era a divindade Rauni.

Os deuses que se conhecem são: Paiva (o Sol), Kun a Lua) e Uma (a divindade do ar cuja filha Luonnotar, referida no mito da criação). Entre as divindades menores havia: Pellervoinen (os campos), Atho (água), vtannu (Terra) e Metsola (floresta).

Mas as divindades finlandesas são numerosas. Mesmo divindades vulgares como tingir e tecer estão imbuídas
de divindades próprias (Sinettaret e Kankahattaret).


Assunções precipitadas

Quando Tácito descreve os Finlandeses como «incrivelmente bárbaros e miseravelmente pobres» ignorava que a riqueza deste povo estava na sua mitologia. O Kalevala, com a sua narrativa poética e viva dos feitos heróicos de Vãinãmõinen, ganha na comparação com os melhores contos míticos dos povos vizinhos.

O Kalevala foi escrito para ser recitado em vez de lido em silêncio. Felizmente para os amantes
dos contos antigos finlandeses, partes dele ainda hoje são cantadas por grupos de música popular.

Mitologia - Mitologia Finlandesa
Vida após a morte - , 
1/21/2020 7:49:54 PM | Por Junito de Souza Brandão
Vida após a morte na Grécia Antiga

O reino ctônio de Plutão chamava-se mais comumente Hades, mas havia outros nomes pelos quais podia ser designado, na Grécia e em Roma, muitas vezes tomando-se a parte pelo todo, como Érebo, Tártaro, Orco, Inferno, estes dois últimos provenientes do latim. Discutida a etimologia de Hades, tentaremos estabelecer as das outras denominações, quando existirem

ÉREBO, do grego Έρεβος (Érebos), designa as trevas que cercam o mundo. Trata-se de uma concepção indo-européia * reqwos, "cobrir de trevas", que aparece no sânscrito como rájas, "espaço escuro", no gótico riqiz, "escuridão", e no armênio erek, "tarde".

TÁRTARO, é o grego Τάρταρος (Tártaros), "abismo subterrâneo, local de suplícios", é possivelmente um empréstimo oriental.

ORCO é o latim Orcus, "morada subterrânea dos mortos, os infernos". A Etimologia do vocábulo é desconhecida. A proveniência do indo-europeu * areq ou areg é atualmente considerada como fantasiosa, quando não absurda.

INFERNO ou OS INFERNOS é palavra latina infernus. Etimologicamente infernus é uma forma segunda de inferus "que se encontra embaixo", por oposição a superus, "que se encontra em cima", onde a oposição Di inferi, deuses do Inferno, do Hades, e Di Superi, deuses do Olimpo. Observa-se, ainda, em latim, os comparativos inferior, que está mais embaixo, "inferior", por oposição a superior, que está mais acima, "superior".

Substantivado o neutro plural inferna, -orum, significa as habitações dos deuses de baixo e também dos mortos, quer dizer, o Inferno, abstração feita, em princípio, de local de sofrimento ou de castigo, já que todos na Grécia e em Roma iam para o "Inferno", como parece ter sido no Antigo Testamento, o sentido de Sheol, onde é documentado sessenta e cinco vezes, como por exemplo em Jó 17,16: in profundissimum infernum descendent omnia mea: "todas as minhas coisas descerão ao mais profundo dos infernos".. E era, precisamente, com esta acepção que ainda se rezava, no Credo, não faz muito tempo, (que Jesus Cristo) desceu aos infernos, expressão que, para evitar equívoco, foi substituída por desceu à mansão dos mortos. É a partir do Novo Testamento, todavia, que o Inferno, é identificado com a Geena, local de sofrimento eterno e a parte mais profunda do Sheol, como está em Lc 16,22-23.

Factum est autem ut morertur mendicus et portartur ab angelis in sinum abrahae. Mortuus est autem et diues et sepultus est in inferno: "Ora sucedeu morrer o mendigo e foi levado pelos anjos para o seio de abraão, e morreu também o rico, e foi sepultado no inferno". A Seqüência da Parábola diz que Lázaro, o mendigo, estava lá em cima e o rico lá em baixo, havendo entre ambos um abismo intransponível.

Na Grécia, ao que tudo indica, somente a partir do Orfismo, lá pelo século VII-VI a.e.c., é que o Hades, o Além, foi dividido em três compartimentos: Tártaro, Érebo e Campos Elísios. O fato facilmente se explica, é que o Orfismo rompeu com a secular tradição da chamada maldição familiar, segundo o qual não havia culpa individual, mas cada membro do guénos era co-responsável e herdeiro das faltas de cada um de seus membros, e tudo se quitava por aqui mesmo. Para os Órficos a culpa é sempre de responsabilidade individual e por ela se paga aqui; e quem não se purgar nesta vida, pagará na outra ou nas outras. Havendo uma retribuição, forçosamente terá que existir, no além, um prêmio para os bons e um castigo para os maus e, em conseqüência, local de prêmio e de punição.

Quanto à localização, o Hades era um abismo encravado nas entranhas da Terra, e cuja entrada se situava no Cabo Tênero (sul do peloponeso) ou numa caverna existente perto de Cumas, na Magna Grécia (sul da Itália).

Também na literatura babilônia, na epopéia de Gilgamesh, nos mitos de Nergal e Ereskigal, na descida de Istar para os Infernos, estes são um lugar debaixo da Terra, além do oceano cósmico. Há dois caminhos para se chegar lá: descendo na terra ou viajando para o extremo ocidente; mas antes de atingir o Além, é necessário transpor o rio dos mortos, "as águas da morte". Também as concepções ugarítica e bíblica localizam o Inferno nas profundezas da Terra. Abrindo-se está, Coré, o levita, que se opõe a Moisés, bem como Datã e Abirão, com os seus, desceram vivos para os Infernos. Jó, que o considera como o lugar mais baixo da criação, imagina os acessos à outra vida no fundo do oceano primordial, em que a terra bóia.

O universo por conseguinte, é dividido em três partes: "acima da terra, na terra e debaixo da terra" ou céu, terra e inferno.

Para que se possa compreender o destino da alma no Hades, vamos acompanhá-la em sua longa viagem, do túmulo ao reino de Plutão. A obrigação mais grave de um grego é o que concerne ao sepultamento de seus mortos: filhos, ou , na carência destes, os parentes mais próximos devem sepultar seus pais segundo os ritos, sob pena de lhes deixar a alma volitando no ar por cem anos (o cômputo é puramente fictício), sem direito a julgamento, e, por conseguinte, à paz do Além.

O Sepultamento, todavia, depende de certos ritos preliminares: o cadáver, após ser ritualmente lavado, é perfumado com essências e vestido normalmente de branco, para simbolizar-lhe a pureza. Em seguida, é envolvido com faixas e colocado numa mortalha, mas com o rosto descoberto, para que a alma possa ver o caminho que leva à outra vida. Certos objetos de valor são enterrados com o morto: colares, braceletes, anéis, punhais... Os arqueólogos, escavando túmulos, encontraram grande quantidade desses objetos. em certas épocas se colocava na boca do morto uma moeda, óbolo destinado a pagar ao barqueiro Caronte, para atravessar a alma pelos quatro rios infernais. Essa idéia de pagamento da passagem, diga-se logo, não é um simples mecanismo da imaginação popular. Toda moeda ´eum símbolo: representa o valor pelo qual o objeto é trocado. Mas, além de seu valor próprio de dinheiro, de símbolo de troca, as moedas, consoante Cirlot, "desde a antiguidade tiveram certo sentido talismânico", uma vez que nelas a conjunção do quadrado e do círculo não é incomum. além do mais, a moeda, em grego nómisma, é o símbolo da imagem da alma, porque esta traz impressa a marca de Deus, com oa moeda o traz do soberano, segundo opina Angelus Silesius. A moeda chinesa, denominada "sapeca", é um círculo com um furo quadrado no centro: vê-se aí claramente a coniunctio oppositorum: a conjunção do Céu (redondo) e da Terra (quadrada), o aniums e a anima, formando uma totalidade. Por vezes se colocava junto ao morto um bolo de mel, que lhe permitia agradar o cão Cérbero, guardião da porta única de entrada e saída do Hades. O Cadáver é exposto sobre um leito, durante um ou dois dias, no vestíbulo da casa, com os pés voltados para a porta, ao contrário de como entrou na vida a cabeça do morto, coroada de flores, repousa sobre uma pequena almofada. Todo e qualquer homem podia velor o morto, acompanhar-lhe o féretro e assitir-lhe ao sepultamento ou à cremação, mas a lei era extremamente rígida com a mulher: na ilha de Ceos só podiam entrar na casa, onde houvesse um morto, aquelas que estivessem "manchadas" (a morte sempre contamina) pela proximidade de parentesco com o mesmo, a saber, a mãe, a esposa, as irmãs, as filhas e mais cinco mulheres casadas e duas jovens solteiras, cujo grau de parentesco fosse no mínimo de primas em segundo grau.

Em Atenas, igualmente, a legislação de Sólon era severa a esse respeito: só podiam entrar na casa do morto e acompanhar-lhe o enterro aquelas que fossem parentes até o grau de primas. Os presentes vestiam-se de luto, cuja cor podia ser preta, cinza e, por vezes, branca, e cortavam o cabelo em sinal de dor. Carpideiras acompanhavam o féretro para cantar o treno. Diante da porta da casa se colocava um vaso (ardánion) cheio de água lustral, que se pedia ao vizinho, porque a da casa estava contaminada pela morte. todos que se retiravam, se aspergiam com essa água, com o fito de se purificar. O enterro se realizava na manhã seguinte à exposição do corpo. A lei se Sólon prescrevia que todo enterro se deveria realizar pela manhã, antes do nascimento do sol. Desse modo, os enterros em Atenas se faziam pela madrugada e por motivo religioso: até os raios de sol se manchavam com a morte! No cemitério, sempre fora dos muros da cidade, o corpo era inumado ou cremado sobre uma fogueira: neste último caso, as cinzas e os ossos eram cuidadosamente recolhidos e colocados numa urna. que era sepultada. Após se fazerem libações ao morto, voltava-se para casa e se iniciava o minuscioso trabalho de purificação da mesma, porque, para os gregos, o maior dos "miasmas" era o contato com a morte. Após um banho de cunho rigorosamente catártico, normalmente com água do mar, os parentes do morto participavam de um banquete fúnebre; este se renovava, em Atenas, ao menos, no terceiro, nono e trigésimo dia e na data natalícia do falecido.

Sepultado ou cremado o corpo, a psiqué era conduzida por Hermes, deus psicopompo, até a barca de Caronte. recebido o óbolo, o robusto demônio da morte permitia a entrada da alma em sua barca, que a transportava para além dos quatro temíveis rios infernais, Aqueronte, Cocito, Estige e Piriflegetonte,. Já do outro lado, após passar pelo cão Cérbero, o que não oferecia grandes dificuldades, pois o que o monstro de três cabeças realmente vigiava era a saída, a psiqué enfrentava o julgamento. O tribunal era formado por três juízes integérrimos: Éaco, Radamento e Minos. Esse tribunal, no entanto, é bem recente. Homero só conhece como juiz dos mortos Radamanto. Éaco aparece pela primeira vez em Platão.

Radamanto julgava os asiáticos e africanos; Éaco, os europeus. Em caso de dúvida, Minos intervinha e seu veredicto era inapelável.

Infelizmente quase nada se sabe acerca do conteúdo desse julgamento e a maneira como era conduzido, embora na Eneida, 6,566-569. Vergílio nos fale, de passagem, que Radamento supliciava as almas, obrigando-as a confessar seus crimes ocultos.

Julgada, a alma passava a ocupar um dos três compartimentos: Campos Elísios, Érebo ou Tártaro. Neste último eram lançados os grandes criminosos, mortais e imortais. Era o único local permanente do Hades: lá, supliciados pelas Erínias, ficavam para sempre os condenados, os irrecuperáveis. O mesmo Vergílio, ainda no canto 6, nos dá uma visão dantesca dos suplícios a que eram submetidos os réprobos e a natureza dos crimes por eles perpetrados. O grande poeta todavia, no que se refere às faltas graves cometidas, mistura habilmente "aos que espancaram os pais, aos avarentos, aos adúlteros, aos incestuosos, aos que desprezam os deuses", os condenados por crimes políticos... Estão no Tártaro os que "fizeram guerras civis, os desleais, os traidores, os que venderam a pátria por ouro e impuseram-lhe um senhor despótico..." É bom não perder de vista que, a par de ser um poema tardio, a Eneida é também uma obra assumidamente engajada e comprometida com a ideologia política do imperador Augusto, cuja pessoa, cuja família, que era de origem divina, cujo governo e cujas reformas o poeta canta, exalta e defende. No Tártaro vergiliano, os assassinos principais de César, Cássio e Bruto, e seus grandes inimigos políticos, como Marco Antônio e a egípcia Cleópatra, entre muitos outros, sem omitir os heróis gregos, inimigos do troiano Pai Enéias, fundador da raça latina, certamente formariam um inferninho à parte, com suplícios adequados... Talvez mais violentos do que os do inferno político da Divina Comédia de Dante.

O Érebo e os Campos Elísios são impermanentes: tra-se mais de compartimentos de prova do que de purgação. As provações aí realizadas servem de parâmetro de regressão ou de evolução e aperfeiçoamento, cuja natureza nos escapa. Quer dizer, a descida definitiva ao Tártaro ou a próxima (ensomátosis), "reencanação", ou ainda a próxima (metempsýkhosis), "metempsicose", que são coisas muito diferntes, dependeriam intrinsecamente do "comportamento" da psiqué durante sua permanência no Érebo ou nos Campos Elísios. No Érebo estão aqueles que cometeram certas "faltas". Seria conveniente deixar claro que alguns habitantes temporários do Érebo, que Vergílio denomina lugentes campi, Campos de Lágrimas, não têm suas faltas especificadas e outros lá estão sem que possamos compreender o motivo. Recorrendo mais uma vez à Eneida 6, vamos ver que nos Campos das Lágrimas estão criancinhas que morreram prematuramente as vítimas de falso julgamento; as suicidas (o poema só fala em mulheres) por amor, como Fedra, Prócris, Evadne, Dido...

Alguns heróis, troianos (mirabile dictu !) também lá estão e heróis gregos igualmente.

O Poeta Latino, no entanto, deixa bem claro que essas almas não estão no Érebo por acaso, "sem o aresto de juízes, uma vez que Minos indagou de sua vida e de seus crimes". Onde se conclui que cometeram "faltas".

Do Érebo que é temporário, elas ou mergulharão no Tártaro, porque se pode regredir, ou subirão para outra impermanência, os Campos Elísios, único local de onde poderiam partir os candidatos à reencarnação ou à metempsicose.

Em se tratando do último nível ctônio, em que estão os poucos que lá conseguiram chegar, os Campos Elísios, em grego (Elýsia pedía) são descritos, ao menos na Eneida, 6, como uma paraíso terrestre em plena idade de ouro. Lá residem os melhores em opulentos banquetes nos gramados, cantando em coro alegres canções, nos perfumados bosques de loureiro. Lá estão os que já passaram por uma série de provas e purgações. Mas, decorridos mil anos, após se libertarem totalmente das "impurezas materiais", as almas serão levadas por um deus às águas do rio Lete e, esquecidas do passado, voltarão para reencarnar-se.

Eis aí uma visão da escatologia grega popular em suas linhas gerais, mas poder-se-ia perguntar: a quantas reencarnações se tinha direito? E depois de totalmente purificada das misérias do cárcere do corpo, qual o destino final da psiqué? À primeira pergunta talvez se pudesse responder evasivamente que o número de reencarnações se mediria pela paciência dos deuses (que certamente não era muito grande); e à segunda, dizendo-se que, via de regra, o céu grego era platonicamente a Via Láctea. Ao menos, que se saiba, a cabeleira de Berenice, e os imperadores romanos, que morriam benquisisto do povo, eram transformados em astros...

Mitologia - Mitologia Grega
Vida após a morte - , 
8/17/2017 2:01:58 PM | Por Mirella Faur
A vida após a morte nas crenças nórdicas

As crenças escandinavas e germânicas da vida pós-morte diferiam em função das épocas, dos lugares e dos cultos centrados na reverência a uma determinada divindade. O conceito comum era a ênfase na continuidade da unidade familiar, que atravessava tempo e espaço e ligava o mundo dos mortos com o dos vivos.

Na Idade do Bronze os mortos eram enterrados na posição fetal, dentro de túmulos individuais ou coletivos, em caixões rudimentares feitos de troncos de árvores. No final desta era começaram as cremações, as cinzas sendo guardadas em urnas e enterradas na terra. A cremação continuou durante as Migrações e depois da cristianização até o século XI. No Período Viking continuavam sendo feito sacrifícios e enterrados juntos objetos, joias, armas e vestimentas dos mortos. Uma descrição usada pelos povos nórdicos em relação à morte de alguém era “foi se reunir com seus parentes, que foram embora para as colinas antes dele”, significando a reunião familiar, seja no nível espiritual (nas moradas dos deuses), seja no plano físico (as colinas mortuárias ou os túmulos familiares).

Geralmente o processo da morte era visto como uma viagem e a palavra alemã para ancestrais é Vorfahren, “aqueles queforam antes”. A imagem mais comum nos enterros era o barco, sua réplica física em tamanho natural sendo usada nos enterros de pessoas importantes, enquanto naqueles de pessoas simples era colocada no tumulo uma pequena representação do barco, ou o túmulo era cercado por pedras delineando um barco. Imagens de barco são encontradas na literatura como metaforas para túmulos ou caixões, o barco sendo um antigo símbolo associado com as divindades Vanir, regentes da vida, da morte e do mundo subterrâneo. Os espíritos que não usavam o barco para navegar ao outro mundo costumavam cavalgar, fato que explica o porque dos mortos serem enterrados com seus cavalos, carruagens ou cremados juntos deles nas piras fúnebres. Na ilha de Gotland as imagens mais frequentes nas pedras funerárias mostram navios ou cavalheiros, às vezes o cavalo tendo oito patas representando Sleipnir, o cavalo de Odin, por ele enviado para levar os mais honrados chefes e guerreiros valentes para Valhalla. Para os mortos mais pobres eram colocados nos túmulos ou nos seus pés os pesados calçados de Hel, para que eles pudessem andar, sem se afastar ou extraviar do caminho para o reino da deusa Hel.

Uma precaução importante era amarrar o barco nas pedras ou os sapatos juntos, um com o outro, para que não fossem usados como meios de transporte físico. Para que o morto fosse retirado da sua casa abria-se uma porta especial na parede, cimentada depois, evitando assim que o seu espírito voltasse do além pelo mesmo caminho seguido na ida. O corpo era colocado na cama ou no caixão coberto por um lençol, com os pés para a porta e a cabeça para o norte, com um pratinho com sal sobre o peito; os espelhos eram cobertos para evitar que o espirito se refletisse neles. Após a vigília, acompanhada de bebida e estórias contadas pelos presentes e descrevendo passagens e feitios da vida do morto, a procissão seguia para o cemiterio, parando nas encruzilhadas (antigos locais dos altares ancestrais). Após a cristianização, em lugar dos sapatos de Hel eram fincadas agulhas nos pés daqueles suspeitos de bruxaria ou conhecidos por terem o dom da metamorfose ou projeção astral, que lhes permitisse assombrar os vivos.

A crença em Valhalla como morada daqueles escolhidos por Odin motivou a prática da cremação, conforme citado em Ynglínga Saga -.“todos os mortos e seus pertences devem ser cremados juntos, suas cinzas depois levadas para o mar ou enterradas na terra”. Como os povos nórdicos acreditavam na vida pós-morte, eles colocavam os pertences do morto ao seu lado, para que ele pudesse usá-los no local para onde seguia. Após a cremação das pessoas importantes junto com seus bens, as cinzas remanescentes eram cobertas por colinas mortuárias, como as de Uppsala, onde escavações arqueológicas revelaram ossadas humanas e de animais, restos de armas, joias e objetos de ouro. Acreditava-se que no ato da cremação a alma era libertada para seguir seu destino, enquanto aqueles enterrados direto nas colinas mortuárias continuavam lá, se manifestando seja como fantasmas benévolos ou os temidos draugar (mortos-vivos). Em casos especiais, os heróis se deslocavam dos seus túmulos para Valhalla e podiam aparecer para seus familiares, pedindo que vingassem sua morte se esta fosse provocada por traição, contando com a permissão de Odin para dar esses avisos.

Uma parte dos guerreiros mortos ia para Folkvangr, o palácio de Freyja, uma clara alusão às antigas práticas funerárias que antecederam as cremações associadas ao culto de Odin, quando as pessoas eram enterradas e seus espíritos levados para o reino dos deuses Vanir. Aqueles que não tinham tido uma morte heróica, seguiam para o reino da deusa Hel. Os que morriam no mar eram recebidos nos palácios dos deuses Ran e Aegir, as moças solteiras iam para a deusa Gefjon, as mulheres casadas e as crianças para o palácio de Frigga, enquanto os seguidores ou adeptos de uma determinada divindade seguiam para a sua respectiva morada. Os criminosos, os ladrões e os acusados de perjúrio, crimes infames ou atos vis não iam diretamente para o reino de Hel, mas permaneciam em Nastrond, um poço escuro e tenebroso, onde passavam por castigos e retificações dos seus comportamentos e a expiação dos seus crimes.

O nome da deusa Hel foi distorcido e usado pela Igreja cristã para designar o inferno (Hell), local de punição dos pecadores e desprovido do simbolismo complexo de Niflhel. Em lugar de compreender a dualidade dos atributos da deusa Heil— como regente da morte e ao mesmo tempo guardiã e protetora dos espíritos até o seu renascimento — ela foi equiparada com o temível espectro da morte, como fim da trajetória do espírito, desprovido da possibilidade de um novo retorno e recomeço em uma nova encarnação. Os nórdicos consideravam a reencarnação uma opção e não uma obrigação, mas que devia ser feita na mesma linhagem familiar; acreditava-se que durante a gestação, criava-se um novo corpo como abrigo temporário para uma antiga alma de um antepassado.

Uma importante imagem associada à morte é o dragão, considerado o guardião das colunas mortuárias e das câmaras megalíticas, tanto na Escandinávia, quanto na Inglaterra. Quando um túmulo era aberto por ladrões e um objeto fosse retirado, ou ele fosse saqueado ou profanado por inimigos, o dragão que fícava enrolado ao redor do seu tesouro (em uma colina mortuária ou monumento megalítico) acordava enfurecido e saía de dentro da terra lançando labaredas incendiárias sobre as terras próximas. Relatos de batalhas de heróis contra esses monstros ígneos aparecem em várias sagas ou poemas, como o que relata a morte do rei anglo-saxão “Beowulf”, lutando para salvar seu povo e matando o dragão antes que ele morresse devido às feridas. Às vezes o dragão era visto como a metamorfose do morto que guardava assim os seus bens enterrados junto dele. No poema “Völuspa” menciona-se que o dragão Nidhogg devorava os mortos com suas garras e presas afiadas.

O dragão era representado com características de réptil e de serpente, às vezes tendo asas e um ou mais chifres, o seu corpo coberto de escamas, com, ou sem, patas e garras. Os raios, relâmpagos e a aurora boreal, assim como os incêndios’ eram os fenômenos naturais associados com o dragão, assim como ele era uma imagem natural para a descrição da morte pelas chamas devoradoras das cremações. Após as batalhas, as chamas das inúmeras piras funerárias se elevavam como imensas línguas de fogo lambendo o céu, enquanto o som lúgubre dos ossos sendo queimados lembrava as antigas lendas dos monstros devoradores.

Mesmo após a cristianização, o fogo continuou sendo usado como uma prática e um símbolo funerário e as cremações continuaram apesar da sua proibição cristã, conforme comprovam resquícios de ossos enegrecidos pelo fogo, restos de carvão e urnas com cinzas em alguns cemitérios anglo-saxãos, na Alemanha e França. Durante muito tempo colocava-se nos túmulos uma mistura de carvão com resma de pinheiro como sinal de purificação dos miasmas da decomposição, pratica cristã remanescente dos costumes ancestrais de cremacão. Decoracões com motivos serpentiformes foram encontradas em várias pedras funerárias e monumentos rúnicos como os da Ilha de Gotland na Suécia, onde serpentes, dragões e barcos simbolizam a jornada da alma pelo reino da morte à espera da sua regeneração. Desde a Idade do Bronze, nos petróglifos apareciam figuras de serpentes, homens viris com chifres e barcos, uma complexa simbologia ligada a fertilidade, vida, morte e o além. Ao longo do tempo, a serpente pre-histórica com corpo alongado foi se metamorfoseando para uma figura híbrida de serpente-dragão até adquirir a forma tradicional do dragão com patas, mencionado em várias estórias na literatura e representado na arte do norte europeu. Tanto a serpente, quanto o dragão, eram ao mesmo tempo símbolos do mundo ctônico e do ciclo eterno de vida/morte, sendo seres aquáticos e ctônicos, com domínio sobre a água (símbolo da vida) e a terra (morte e regeneração). Nas embarcações vikings eram usadas formas de animais — geralmente serpentes e dragões — na proa e na popa, simbolizando a proteção nas viagens. No mito de Ragnarök, os agentes da destruição final são serpentes, dragões e o poder dos gigantes do fogo. Além do dragão Nidhogg, que roía incessantemente as raízes da Árvore do Mundo até sua queda final, a Serpente do Mundo — Jörmungand — saiu das profundezas do oceano para o combate mortal com seu eterno inimigo, o deus Thor, que a venceu, mas sucumbiu devido ao seu veneno.

A proteção oferecida pelos deuses — esquecimento temporário por Odin, crença na reencarnação e na continuidade da linhagem familiar por Frey, força protetora e ordem providenciadas por Thor — não eram garantias suficientes para impedir as ameaças dos dragões e dos monstros. Esta verdade se torna evidente e explícita na própria morte dos deuses, como foi visto no mito de Baldur e no cataclismo final do Ragnarök. O próprio Odin, deus padroeiro dos mortos, foi vencido pelas leis imutáveis da mortalidade e do destino.

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